Formação e Carreira do Empreendedor
O Empreendedor na ótica econômica e psicológica
Na perspectiva econômica o “ empreendedor” é um construto que atribui ao empresário a responsabilidade de conceber utilidades e colocar em funcionamento todos os recursos produtivos, prevendo e adaptando a produção às necessidades do mercado. A sua função seria a de gerar rupturas e promover novos patamares seja no produto, na produção, comercialização/distribuição, e mesmo no espaço da gestão organizacional. Portanto, a sua capacidade na implementação de combinações inéditas o destacaria como o ápice de uma hierarquia que determina o comportamento da firma. O fato é que a teoria econômica não aprofundou o estudo sobre a maneira na qual o empresário/empreendedor concebe e realiza as inovações, ou o processo que engendra a criação de riquezas. De acordo com Deakins e Freel (1998), mesmo diferentes escolas de pensamento reconhecendo a importância do papel do empreendedor no desenvolvimento econômico, a ênfase dos economistas sempre foi colocada no ambiente, nas oportunidades do mercado e coordenação dos recursos como elementos do sucesso de empreender. Isso fez com que a perspectiva econômica deixasse lacunas ao desenvolvimento de uma análise aprofundada do empreendedorismo (Baumol,sd).
Por outro lado, o enfoque psicológico (Bouchikhi,1993, Deakins e Freel,1998) veio complementar a abordagem dos economistas, procurando explicações do sucesso ou o fracasso das empresas a partir da personalidade do seu dirigente (Low and Mac Millan,1988). A explicação psicológica para o empreendedorismo baseou-se na concepção da existência de um conjunto de indivíduos que possuem características inerentes e/ ou personalidades específicas que poderiam ser associadas a empreendimentos de sucesso (Deakins e Freel,1998, Bouchikhi,1993). A idéia originária desses estudos era identificar os traços presentes em vários indivíduos, visando chegar a uma unicidade que pudesse classificá-los como uma categoria distintiva de pessoas. Para isso tomaram como referência a “personalidade, buscando identificar e criar tipologias que fossem consideradas como “empreendedoras”.
A formação da personalidade
O que se entende, modernamente, por personalidade é algo bastante amplo que leva em consideração tanto os padrões herdados biologicamente que fazem parte do repertório constitutivo da espécie e de sua diferenciação em cada entidade ou individuo singular, quanto dos fatores apreendidos durante o processo de sua evolução. A formação da personalidade parece não só guardar relação com o passado dos indivíduos, mas também com suas vivências presentes e expectativas futuras (Casado,1993). Nesse ponto, abre-se espaço para o reconhecimento da relação do indivíduo com o seu grupo de referência e os valores sociais vigentes em determinado momento histórico(From,1983). Passa-se a partir daí, a considerar os fatores culturais que poderiam moldar ou influenciar a personalidade e o comportamento. Nessa perspectiva, pessoas com forte necessidade de autorealização, ou desejo de autonomia, podem ou não serem “empreendedoras”, no sentido de iniciarem seus próprios negócios ou de se colocarem enquanto agentes de transformação organizacional. Isto porque podem realizar essas motivações através de outras fontes de satisfação.
O aprendizado individual e indutivo
O aprendizado individual pode ocorrer de várias formas, seja através de formação de associações entre estímulos e reações ou entre respostas e conseqüências, seja através da observação de modelos que recebem compensações em determinadas situações. Também deve ser ressaltado o aprendizado em situações completamente desestruturadas, ou o aprendizado indutivo. O aspecto central desse tipo de aprendizado refere-se a como as pessoas tiram 4 inferências causais de sua experiência e as aplicam como regras generalizáveis, mesmo sem possuir feedback de sua validade (Maier et al,2001).
Os três níveis de conhecimento no gerenciamento de empresas
O nível alto corresponde ao aprendizado estratégico, relacionando-se aos padrões mentais da alta administração que procura aprender como aprender para melhorar a qualidade organizacional. Nesse sentido, refere-se ao senso de direção e às capacidades de projeções da alta direção. Já o nível Baixo relaciona-se a aprendizagem técnica, possuindo como marco definidor a aquisição de técnicas específicas no âmbito da gestão, tais como técnicas de produção, ou sistemas administrativos, dentre outros. Cabe ressaltar que Child (1999) adiciona o nível médio à tipologia, esclarecendo que esse nível diz respeito ao aprendizado sistêmico que se constitui através das mudanças nos sistemas organizacionais, com ênfase na integração das atividades.
Pesquisa: A origem empreendedora de quatro empresas
A fundação da empresa Beta decorreu de um processo de terceirização de várias atividades de uma grande empresa do setor de telecomunicações, dentre elas, o setor de segurança patrimonial, onde o fundador da empresa Beta era o responsável principal. Quando de sua aposentadoria, ele recebeu a sugestão dessa grande empresa para iniciar seu próprio negócio, qualificando-se como seu fornecedor principal. Depois de um período de reflexão sobre a proposta feita e quanto aos seus objetivos pessoais, ele optou por criar a empresa Beta, pois entendia que poderia continuar sendo útil à sociedade.
A idéia da criação da empresa Gama, segundo a empresária, surgiu da frustração vivida como funcionária em diferentes empresas, onde sentia-se insatisfeita com a natureza de sua ocupação, predominantemente burocrática. Também verbalizou o seu descontentamento com a remuneração percebida e com a falta de perspectiva de carreira dentro dessas empresas. Cabe salientar que ela exerceu atividades técnico-administrativas por dez anos quando resolveu procurar uma carreira onde pudesse ter autonomia e satisfação financeira. Esse processo envolveu diferentes estágios. Primeiro optou pela estratégia de diversificação da carreira, procurando uma nova ocupação que fosse relacionada ao seu background acadêmico. Daí ingressou em um curso de paisagismo. A idéia era abrir uma empresa em um ramo relacionado a sua formação escolar, e considerado promissor.
O fundador da Alpha foi funcionário por dezenove anos de uma grande empresa multinacional do setor financeiro, ocupando cargos de gerência no setor de cobrança. Ao perceber as mudanças de estratégia da corporação multinacional com redução de pessoal e terceirização de algumas áreas, o entrevistado sentiu a oportunidade para realizar um antigo projeto de ser dono do seu próprio negócio. A partir de então, planejou detalhadamente cada 9 passo a ser seguido, montando uma estratégia que lhe permitisse abrir uma empresa. Cabe ressaltar que a história da empresa Alpha teve início respaldada por esta multinacional que se constituiu como seu primeiro e principal cliente.
A empresa foi fundada por dois colegas graduados em Ciência da Computação e ambos com experiência de dez anos como analistas de sistemas em grandes empresas. A idéia do negócio foi prioritariamente de um dos sócios que ao considerar a competência técnica acumulada vislumbrou a possibilidade de maior autonomia profissional e da realização das aspirações de crescimento pessoal e empresarial. Vale ressaltar que seus fundadores conciliaram durante os três primeiros anos de vida da empresa, suas atividades de empresários com as de empregado em outras empresas. Nesses anos a estratégia desenvolvida foi a de capitalização da empresa através do giro de capital e da determinação da não retirada de pró-labore pelos sócios.
O começo da Apple
No clube de Palo Alto ele encontrou Steve Jobs. Jobs, cinco anos mais novo que Woz, tinha saído do Reed College em 1972. Jobs e Wozniak concluíram que um computador completamente montado e barato estava a caminho. Eles venderam alguns de seus bens (e.g. a calculadora científica da HP de Woz e a mini-van Volkswagen de Jobs), obtendo US$1.300, e montaram o primeiro protótipo na garagem de Jobs. O primeiro computador era inexpressivo para os padrões de hoje, mas em 1975 ele era uma surpreendente invenção. Na simplicidade do uso ele estava anos à frente do Altair, que começou a ser comercializado no início de 1975. O Altair não tinha monitor e nem memória interna. Ele recebia comandos através de um conjunto de chaves e um programa simples necessitava de milhares de ligações sem um erro para funcionar. A saída do Altair era apresentada na forma de luzes que piscavam. O Altair era ótimo para verdadeiros geeks, mas ele não era utilizável por um grande público. Ele vinha em um kit para montagem. O computador de Woz, por outro lado, denominado Apple I, era uma unidade totalmente montada e funcional que continha um microprocessador de US$ 25 e uma única placa de circuito impresso com memória ROM. Em 1 de abril de 1976, Jobs e Wozniak formaram a Apple Computer, Inc.. Wozniak deixou seu trabalho na Hewlett-Packard e tornou-se vice-presidente com a responsabilidade de pesquisa e desenvolvimento na Apple. O Apple I custava US$ 666,66 (Wozniak disse mais tarde que o valor não tinha relação com o número da besta, e o atribuiu porque gostava de números repetidos.). Jobs e Wozniak venderam os primeiros 25 computadores a um comprador local.
O Começo do Facebook
Até ele começar a ter aulas em Harvard, ele já tinha conseguido a reputação de um prodígio de programação. Mark estudou psicologia e ciência da computação e era membro da Alpha Epsilon Pi, uma fraternidade judaica.[2][3][4] Em seu segundo ano, ele escreveu um programa chamado CourseMatch, que permitia que os usuários tomassem decisões com base na seleção de classe e nas escolhas dos outros alunos e o que acabava também por ajudá-los a formar grupos de estudo. Pouco tempo depois, ele criou um programa bem diferente, inicialmente chamado Facemash que permitia que os alunos escolhessem a pessoa com melhor aparência nas fotos. De acordo com o colega de Zuckerberg, na época, Arie Hasit ele construiu o site para se divertir. Hasit explica: Tínhamos livros chamados Face Books, que incluíam os nomes e fotos de todos que viviam no dormitório estudantil. Inicialmente, ele construiu um site e colocou duas fotos de dois homens e de duas garotas. Os visitantes do site tinham de escolher quem estava “quente” e de acordo com os votos haveria um ranking.
O site estava indo muito bem, mas de manhã a universidade desativou o site porque sua popularidade tinha sobrecarregado o servidor de Harvard e impedindo que os estudantes acessassem a web. Além disso, muitos alunos reclamaram que suas fotos estavam sendo usadas sem permissão. Zuckerberg, pediu desculpas publicamente e, após o incidente, o estudante publicou artigos informando que seu site estava “completamente inadequado”. No entanto, os alunos já tinham solicitado para que a universidade desenvolvesse um web site semelhante que incluísse fotos e detalhes de contato para fazerem parte da rede de informática da faculdade. De acordo com Hasit. “Mark ouviu esses argumentos e decidiu que se a universidade não fizesse, ele iria para um local que seria melhor que a universidade para construir o site.” Mark Zuckerberg fundou, juntamente com Dustin Moskovitz, Eduardo Saverin e Chris Hughes, o “The Facebook” em fevereiro de 2004, enquanto frequentava a Universidade de Harvard, com o apoio de Andrew McCollum e Eduardo Saverin. Até o final do mês, mais da metade dos estudantes não-graduados em Harvard foi registrada no serviço. Naquela época, Zuckerberg se juntou a Dustin Moskovitz e Chris Hughes para a promoção do site e o Facebook foi expandido à Universidade de Stanford, à Universidade Columbia e à Universidade Yale. Esta expansão continuou em abril de 2004 com o restante das Ivy League, entre outras escolas. No final do ano letivo, Mark e Dustin se mudaram para Palo Alto, Califórnia, com Andrew que havia conseguido um estágio de verão na Electronic Arts.
Causas para o crescimento do Empreendedorismo
Gradativamente, desde a década de oitenta, o empreendedorismo, que é o movimento de estímulo ao espírito empreendedor e à geração de novos negócios, vêm crescendo como uma opção profissional extremamente aceita dentro da economia mundial. Alguns pontos podem ser vistos como causas para seu crescimento:
- O empreendedor é visto como um herói;
- Existência de uma formação nos meios universitários, sendo visto como uma opção profissional atrativa;
- Fatores Econômicos e Demográficos – a globalização de mercado exige flexibilidade e negócios que respondam mais rapidamente às demandas de mercado, criando oportunidades para novos empreendimentos;
- Ênfase na economia de Serviços – nos USA, até o ano 2000, 92% dos empregos e 85% do PIB serão gerados pelo setor de serviços;
- Avanços Tecnológicos – surgimento do computador, fax, copiadoras, secretárias eletrônicas, permitindo que uma pessoa trabalhe em casa, tendo o mesmo poder de ação de uma grande empresa.
Motivos para iniciar um negócio próprio
Vários autores apresentam razões para ter o seu próprio empreendimento. Muitas vezes, o motivo básico é a necessidade de ser seu próprio patrão, evitar a relação de subordinação típica de médias e grandes empresas, quando a pessoa assume o papel de empregado. Além disso, a vontade de ganhar mais dinheiro de que se está fazendo como subordinado numa organização de terceiros.
Causas de Insucesso dos Pequenos Empreendimentos
- Incompetência administrativa;
- Falta de experiência;
- Falta de controle financeiro adequado;
- Falta de capital;
- Investimento elevado em ativos fixos;
- Falhas no planejamento;
- Localização inadequada;
- Expansão não planejada;
- Falta de controle de estoque.
Ensino e aprendizagem empreendedora
Na concepção de Filion, não se pode ensinar empreendedorismo como se ensinam outras matérias. É possível conceber programas e cursos como sistemas de aprendizado adaptados à lógica desse campo de estudo. A abordagem deve levar o aluno a definir, estruturar contextos e compreender várias etapas de sua evolução. Um programa de empreendedorismo deve concentrar-se mais no desenvolvimento do conceito de si (auto conhecimento) e na aquisição de know-how do que na simples transmissão de conhecimento. Para esse autor, não se deve esperar que, ao final dos cursos de empreendedorismo, os alunos estejam prontos para montar seu próprio negócio e sim que possuam o instrumental para se autodesenvolver como futuros empreendedores.
Empreendedores x Gestores (Administradores)
O administrador se enquadra no mundo corporativo. Ele está mais relacionado aos processos gerenciais, à solução de conflitos e de circunstâncias desfavoráveis para a empresa. Enquanto que, o empreendedor nem sempre se faz presente nas corporações. Ele é uma pessoa que tem coragem para ousar. Talvez abrir um novo empreendimento, fazer algo ou criar uma idéia nunca vista antes. Para ficar mais claro, um exemplo de administrador é o Roberto Justus. E um exemplo de empreendedor é um garçom que resolve abrir seu próprio negócio. Para Batista: Todo empreendedor precisa ser um bom administrador para poder tomar as decisões adequadas. Por outro lado, nem todo administrador possui as habilidades e os anseios dos empreendedores, por mais eficaz que seja o administrador em realizar o seu trabalho. O empreendedor vai além das tarefas normalmente relacionadas aos administradores, tem uma visão mais abrangente e não se contenta em apenas fazer o que deve ser feito. Eles se diferenciam também na maneira com que trabalham: o administrador trabalha em base de diretrizes, cultura, paradigmas e outros fatores na empresa que trabalha e o empreendedor trabalha mais com a criatividade, aprendizado e outros fatores no ambiente de mercado.