O que um consultor precisa ter?
Na visão de Rodrigues (2002), um consultor deverá ter quatro dimensões de conhecimento para que ele consiga desempenhar sua função com maestria, nessas dimensões estariam atitudes, conhecimentos, competências e habilidades.
A primeira dimensão é a técnica, nessa dimensão estariam os conhecimentos do próprio trabalho realizado, o leque de ferramentas gerenciais, habilidade de usar a tecnologia, como o uso de notebook, planilhas eletrônicas, apresentações em slides, banco de dados, projetor multimídia, dashboard e técnicas jurídicas. É importante destacar que em muitos casos, principalmente quando o consultor já tem anos de carreira na área de consultoria, que o seu arsenal de ferramentas gerenciais se traduz como o seu grande tesouro adquirido, dos quais ele utiliza para diagnosticar, apresentar e controlar os dados da empresa, constituindo peça fundamental na entrega de um resultado rápido, conciso e de excelente qualidade.
A segunda dimensão é a administrativa, ela abrange a capacidade do consultor em administrar seu próprio trabalho, como organizar seu tempo, usar seus conhecimentos para o problema em foco e saber trabalhar com os recursos da empresa.
A dimensão psicossocial vem como a terceira dimensão, nela está a capacidade do consultor em inovar a cada caso, saber adaptar a realidades e cenários diferentes em cada organismo organizacional, manter a motivação e energia desde o início até o fim do projeto, não só sua motivação como também motivar os indivíduos chave que o ajudarão no seu trabalho. Ainda na dimensão psicossocial, ele deverá ter equilíbrio emocional para lidar com os indivíduos que irão tentar dificultar seu trabalho, fornecer dados falsos, ocultar informações e até mesmo criar um clima negativo ao trabalho do consultor. O equilíbrio emocional é útil também nas reuniões com a cúpula da empresa, já que em alguns casos a diretoria, principalmente quando o diretor é o empreendedor da empresa, ou seja, aquele que fundou a organização, quer tomar e manter decisões que vão contra a saúde da empresa, como a manutenção de pessoas incompetentes em funções de direção apenas pelo vínculo familiar ou ter uma política de pró-labore incompatível com a situação da empresa.
Como última e quarta dimensão vem a dimensão política, que traz à tona a capacidade do consultor em conseguir passar sua credibilidade para os dirigentes de uma empresa. Imagine uma pessoa que sozinha conseguiu erguer um império, uma empresa de sucesso, com inúmeros funcionários e um bom faturamento, e de repente chega uma pessoa que não passou pelo que ela passou, e às vezes é até mais nova e começa a dizer o que é certo e o que é errado em sua empresa, será que esse empreendedor seguirá suas recomendações? A resposta é não, e ai que entra a necessidade do consultor de ter experiência, de ter cases de sucessos, porque será através desses casos de sucesso que darão apoio para sua credibilidade, faça dessa forma diretor XYZ pois a empresa AAA, BBB e CCC agiram dessa forma e conseguiram voltar a dar lucro. Como complemento da lista da dimensão política também está a arte da negociação, a administração de conflito e ter um networking com pessoas de diferentes habilidades, como outros administradores, contadores e advogados.