Loucura: o que isso tem a ver comigo?
A loucura para uns é algo patológico e que precisa ser tratado por profissionais da psicologia ou psiquiatria; pois, os loucos podem ser danosos à sociedade. A loucura está relacionada aos desajustes ou perda de identidade. E quando se trata de perda de identidade pode levar ao suicídio ou à impossibilidade de aceitação do grupo ou pelo grupo. No entanto, para alguns filósofos, a loucura é um dos requisitos para a inovação, quebra de paradigmas, conhecimento e evoluções científicas: os loucos são necessários e prestam relevantes serviços à ciência, à filosofia e à sociedade. A loucura precisa ser despertada nos jovens, cientistas ou profissionais. Existem apenas essas possibilidades para a loucura? Como ela pode ser importante para as empresas e organizações? Como as empresas e organização são prejudicadas pelos loucos, internos e externos?
As possibilidades para a loucura são realmente inúmeras, a princípio se não a questionarmos ou verdadeiramente pensarmos a respeito veríamos apenas as implicações das pessoas com doenças da mente, como é o caso do psicopata que já foi extremamente representado nos cinemas. O livro Elogio da Loucura de Erasmo de Rotterdam faz algumas referências a essas implicações, política, sociedade, relacionamentos em geral e até mesmo a religião fazem parte do rol daqueles cuja loucura é sempre bem vinda. Um dos pontos mais importantes que compete aqui uma melhor ressalva é justamente no campo da política e da religião. A política, principalmente a dos países em desenvolvimento, não é surpresa que a educação sempre é deixada em segundo plano, não recebe muito incentivo e a perspectiva é de um povo predominantemente ignorante, pois os ignorantes são demasiadamente contentados com a política do pão e circo, conhecimento para quê se temos a diversão? Até que ponto aceitar essa realidade, a corrupção, a má administração do dinheiro público, o descaso com a saúde, educação, segurança e transporte, é racional? Será que é motivo de pena da ignorância popular ou se deixaram cair no mundo de fantasias do jeitinho brasileiro da loucura?
Falar da loucura na religião me remete sem querer aos tempos da Idade Média, eram tantas fábulas, tantas mentiras, enganações e manipulações em nome de Deus, que chega ser um assunto redundante no universo da loucura. Mas não indo tão longe, hoje, as inúmeras religiões sendo qualquer que seja a crença ou a doutrina a ser seguida não se preocupam tanto com a loucura. Se for louco, mas entende as leis sagradas e todos os ensinamentos, não é problema! O problema é quando a “loucura” interfere no entendimento. Em 1ª Coríntios 2:14 diz: “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.”
As empresas e organizações se beneficiam com a loucura, ela pode ser facilmente associada à inovação, é ela que faz as pessoas questionarem os processos, os produtos e o mercado, olhando e realizando coisas antes nunca feitas. Todos aqueles que inovaram receberam títulos de louco, mas se a inovação dá certo, passam a ser gênio. Certa vez um jovem chamado Steve Jobs disse que poderia vender computadores para as pessoas usarem no seu dia-a-dia, e que o seu uso não poderia ficar restrito para as empresas, na época acharam-no um verdadeiro louco, hoje é uma lenda da tecnologia. O próprio Steve Jobs em 1997 propôs a criação do comercial “Aqui é para os loucos”, acesse o vídeo, o qual faz uma verdadeira homenagem aos “loucos” do mundo.
Penso que os loucos internos, ou seja, os loucos da própria empresa e organização prejudicam se forem realmente decorrentes de doenças, ou se a sua loucura for uma pseudo-inovação, gerando altíssimos prejuízos financeiros e institucionais. Já os externos podem dominar o mercado com as suas “loucuras”, inovando e criando o que a nossa mente racional não conseguiu imaginar.