O que foi o Mercantilismo?
Chama-se “mercantilismo” ao conjunto de idéias e praticas econômicas que floresceram, na Europa, entre 1450 e 1750. O exame dos fatos é indispensável à boa compreensão da evolução do pensamento econômico no decurso desses três séculos. Uma tríplice transformação de ordem intelectual, política e geográfica assinala, na aurora desse período, o inicio dos tempos modernos.
Os Fatos
1º Transformação intelectual
É o Renascimento. A ressurreição do antigo espírito e um maravilhoso renovação da civilização. Viera da Itália essa Renascença, onde observa-se um retorno aos métodos de observação e experiência que possibilitarão o desenvolvimento da ciência moderna(Copérnico). O estudo cientifico vai substituir ,em parte, a tradição; a noção de progresso se impõe; a estagnação econômica da Idade Media cede o passo ao movimento, a dinâmica econômica dos tempos modernos. A idade de ouro não e mais um sonho de retorno ao passado, mas a ambição de progresso futuro.Esta evolução do pensamento desenvolve ao mesmo tempo no homem da renascença a curiosidade do saber e um ideal novo de bem-estar, de consumo, de luxo.
A esse espírito de Renascença convém associar o trazido movimento da Reforma.Não a reforma de Lutero, que permanece medieval e estática, mas a de João Calvino, dos calvinistas e dos puritanos anglo-saxões, que exalta o individualismo e a atividade econômica.O dogma calvinista da predestinação se concilia com o êxito material do individuo, estimulando sua atividade econômica, condenando sua ociosidade, apelando para sua consciência profissional, justificando seus sucessos nos negócios e, portanto, a busca do lucro.Ele reabilita teologicamente a vida material contra o ascetismo.E, contra as proibições do catolicismo, Calvino justifica o empréstimo a juros, justificação particularmente importante no momento em que os capitais dão a função bancaria um papel econômico de magna importância.
Essas características do espírito da reforma levam a aproxima-la do espírito “capitalista”. E como é justamente nos países “reformados” que o sistema capitalista aparece em primeiro lugar e neles atinge seu maior desenvolvimento, a influencia das idéias da Reforma sobre a formação e a evolução da mentalidade e do sistema capitalista surge como fato histórico inegável.
2º Transformação política
O século XVI vê surgir o Estado moderno. Sem duvida a Idade Media tivera o seu sistema de Estado; todavia, em virtude mesmo de não passarem tais estados de aglomerações feudais, não possuíam verdadeira política nacional.A Idade Media conheceu apenas uma unidade aparente, constituída de elementos agrupados, mas não fundidos.
Foi necessário vencer o monarca e seus vassalos para que essa unidade mecânica se transformasse em unidade política e econômica.E então surgiu a ideia de economia nacional, isto é, a concepção de Estado que coordena todas as diferentes forças ativas da nação _ materiais e humanas.O comercio transforma-se em negocio publico; seus interesses perdem o caráter de coisa exclusivamente privada; a noção de balança comercial – noção estatal – suplanta a balança de contratos – noção individualista. Sob esse nono impulso dirigido, o mercado se expande: de regional para nacional.
3º Transformações geográficas
O fim do século XV marca o inicio da era das grandes descobertas.Os limites do mundo parecem que recuam.As descobertas marítimas prolongam essas descobertas de caminhos da terra – o espírito e o fim são os mesmos.
Realmente essas descobertas fizeram “muito arruído”.A vida econômica rasga-se, então, o horizonte universal.Os metais preciosos do novo mundo afluem para a Europa, deslocando rapidamente o eixo econômico mundial.Os grandes centros comerciais marítimos, localizados ate então no Mediterrâneo, desenvolvem-se agora também no Atlântico e no mar do Norte.
A transformação geográfica foi talvez o fenômeno mais importante.O afluxo de metais preciosos, a que da origem, vai – numa Europa modificada pelas transformações intelectuais e políticas a que nos referimos – determinar duas conseqüências essenciais para o pensamento econômico: o desenvolvimento de idéias interessantes sobre moeda; e a possibilidade de elaboração da concepção metalista, base dos sistemas mercantilistas.
Bibliografia:
Paul Hugon, Historia das doutrinas econômicas, 14º edição, São Paulo, Editora Atlas S.A.-1995.
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