A relação de Zigurat com a cultura pop
Um zigurat é uma estrutura monumental escalonada típica da antiga Mesopotâmia, construída como um templo em homenagem aos deuses locais. Eles eram frequentemente compostos de várias camadas ou plataformas sobrepostas que formavam uma pirâmide escalonada. O topo do zigurat possuía um santuário onde se acreditava que o deus da cidade desceria para interagir com os sacerdotes, e o acesso era feito por uma série de rampas ou escadas.
Os zigurates serviam a um propósito religioso e simbólico: representavam uma conexão entre o céu e a terra e, em alguns casos, eram projetados de forma que pudessem observar fenômenos astronômicos. Um exemplo famoso é o Zigurat de Ur, dedicado ao deus-lua Nanna (Sin em acadiano), que é uma das construções mais bem preservadas desse tipo e reflete a importância da religião na vida cotidiana suméria.
A construção dos zigurates, feita principalmente de tijolos de barro, reflete a engenhosidade mesopotâmica em arquitetura e urbanismo, apesar das limitações dos materiais disponíveis na região. Estas estruturas influenciaram, inclusive, muitas representações de monumentos sagrados no cinema, em que servem como ícones de poder espiritual e civilizacional, devido à sua imponência e função religiosa central na sociedade mesopotâmica.
Os zigurates são frequentemente retratados em jogos, filmes e séries como referências culturais e arquitetônicas inspiradas na antiga Mesopotâmia. Nos jogos, a série Ziggurat de Milkstone Studios, especialmente com os títulos Ziggurat (2014) e Ziggurat 2 (2021), apresenta essas construções como locais de desafios e exploração. Em ambos os jogos, o jogador assume o papel de um feiticeiro em treinamento que enfrenta inimigos em masmorras com elementos de RPG e roguelike, trazendo uma interpretação fantasiosa dos zigurates como ambientes místicos e complexos para combates e evolução de habilidades
Essas construções também aparecem em filmes e séries que abordam civilizações antigas ou temas mitológicos. Embora a popularidade exata em cada produção varie, zigurates são recorrentes como inspiração visual e conceitual quando a narrativa envolve a arquitetura monumental da Mesopotâmia ou temas de exploração mística e arqueológica.
O conceito e a estrutura dos zigurates influenciam várias representações artísticas e narrativas no cinema, especialmente quando são retratados cenários antigos, estruturas colossais e a presença de civilizações avançadas no passado. Em Duna (2021), por exemplo, a arquitetura dos palácios é inspirada diretamente nos zigurates mesopotâmicos, representando o monumental e o duradouro. Denis Villeneuve e a equipe de design buscaram formas de criar edifícios imponentes que lembrassem essa arquitetura de grandes blocos escalonados para comunicar a grandiosidade e a permanência da civilização, mas também a sua decadência, um tema central da narrativa.
Outros documentários, como The Whisper of Ziggurat: Untold Secrets of Elamite Civilization (2020), exploram a história e o impacto dos zigurates, examinando as realizações arquitetônicas de antigas civilizações do Oriente Médio e sua herança cultural, detalhando a construção e o simbolismo desses templos escalonados que tinham propósitos espirituais e astronômicos. Essa presença nos filmes e documentários demonstra como os zigurates continuam a capturar o imaginário popular e inspirar cenários fictícios de poder e mistério, mantendo viva a influência estética e cultural dos antigos sumérios e seus vizinhos.